sexta-feira, 25 de junho de 2010

Observação Eliane Duarte - Escola Pública

A observação que fiz na escola Estadual foi muito proveitosa, pois através dela pude compreender que a inclusão vem sendo feita mesmo que lenta sem as devidas adequações que hoje sabemos que já existem.
Claro que os professores estão muito despreparados para receber alunos com NEEs, mas muito atentos para que de uma forma ou de outra possam trabalhar com esse aluno.
Através dessa observação feita na Turma 12 de um 1º ano, com 19 alunos com idade de 6 anos, pude constatar os métodos didáticos aplicados. Essa Tuma é trabalhada com um Projeto de Alfabetização GEEMPA, com atividades partindo de um contexto semântico e com muitos jogos, fichas didáticas e aulas entrevistas.
A professora dispõe de muitos recursos em sala de aula como: alfabetos moveis, livros de leitura, materiais de contagem, massinha de modelar, cadernos de atividades do projeto, baralho de matemática e alfabético assim como o baralho do caderno de atividades, radio com CDs de musicas infantis. Vários alfabetos feitos pelos alunos com palavras diversas.
Na sala de aula os alunos sentam em grupos áulicos de 4 e 5 por grupo os quais são escolhidos por eleição. Uma vez por semana sentam por nível comum.
Quanto à habilidade da professora pode-se dizer que ela tem um apoio no qual o projeto lhe oferece com reuniões fora da escola, grupo de estudo, etc. Através desse estudo continuado desempenha muito bem o seu trabalho junto aos discentes.
Nesse projeto de alfabetização a avaliação dá-se da seguinte forma:
  • o aluno é avaliado diariamente;
  • aula entrevista, feita uma vez a cada dois meses;
  • avaliação descritiva.
A turma na qual observei é muito tranqüila esmo tendo m aluno com NEEs, aluno citado tem autismo leve (diagnosticado pelo médico perante apresentação de laudo) e também hiperatividade. Os colegas o respeitam nem percebendo a sua NEEs. O aluno com autismo é muito carinhoso com a professora e demais colegas, respeitando-a quando chamado a atenção.
A mediação ocorre quando necessário através de conversas com os pais ou responsáveis, expondo como foi à consulta medica, o tratamento que está sendo ministrado pelo médico, etc.
Observando a turma pude perceber que nem a professora, a direção vê essa turma como inclusiva, pois a professora é quem faz a mediação diretamente, sem nenhum tipo de suporte para atender o aluno com autismo ou outra necessidade especial.
A postura da professora titular é bem tranqüila mantendo a domínio da turma, sua forma de trabalhar é pós-construtivista, com uma linguagem clara e objetiva, por vezes repete e solicita o auxilio dos demais alunos para que juntos esclareçam as duvidas do colega.
Nas aulas de Educação Física quem aplica as atividades físicas é professora titular, no pátio da escola sempre aplicando atividades como equilíbrio, motricidade ampla e fina, como já relatei a turma não necessita de materiais adaptados, pois o aluno com o autismo não requer. A professora tem um bom relacionamento com o grupo e eles respondem muito bem as atividades propostas, claro sempre pedindo que ela libere a bola para jogarem futebol inclusive as meninas, há nesse momento uma troca como: ”... se vocês fizerem todas as atividades eu libero no final da aula 5 minutos para vocês jogarem futebol.”
Durante a observação da aula de Educação Física o aluno com autismo não demonstrou nenhum tipo de dor ou desconforto durante as atividades físicas.
A E.E.E. F na qual fiz a observação e entrevista fica localizada na Zona Norte de Porto Alegre no bairro Rubem Berta, com 1100 alunos de baixo poder aquisitivo e muitos em situação de vulnerabilidade social.
A escola tem uma boa estrutura física com salas de aula amplas e bem arejadas, possui um pátio todo asfaltado, uma quadra de esportes, um campo de futebol em estado ruim. Quanto à acessibilidade existem em quase todas as dependências como rampas na entrada e nos banheiros do andar térreo da escola, a secretaria é bem organizada com profissionais bem capacitados. Sobre a direção esse é o primeiro ano dessa gestão no qual é composta de um diretor e duas vices diretoras, uma para o turno da manhã e outra para o turno da tarde. A escola não possui SOE por falta de profissionais, o SSE atende em horários limitados por também não haver profissionais para poder ficar em tempo integral, a biblioteca somente funciona em horários restritos também por não ter uma bibliotecária, quem faz o serviço de empréstimos de livros é a vice diretora do turno em que o aluno estuda, mas a equipe diretiva tenta da melhor maneira possível deslocar um profissional para preencher essas lacunas. A escola tem conselho de pais e funcionários no qual sempre se reúnem para discutir assuntos pertinentes e de interesse escolar.
O horário de funcionamento da escola é das 07h45min as 12h00min e das 13h00min às 17h30min
de segunda a sexta-feira.
As normas da escola estão passando por reformulações por não mais atender a necessidades da mesma, tanto as dos alunos, professores e funcionários.
As matriculas para o ingresso de alunos com NEEs são feitas normalmente sem restrições alguma, onde somente são pedidos os documentos necessários para a matrícula.
O programa curricular dos alunos com NEEs a escola está tentando se adequar por não ter professores preparados e nem recursos. Também não há um suporte técnico e pedagógico para se caso houver o ingresso de um aluno com NEEs. O planejamento dos planos de aula são feitos normalmente sem nenhum tipo de adaptação do mesmo. As avaliações são feitas de forma tradicional, mas também é feito um conselho de classe das turmas paralelas, na qual há uma discução sobre cada aluno tanto o que está tendo um baixo rendimento, quanto o que está acompanhando bem a o conteúdo do trimestre.
Quanto à análise dos resultados da observação e da entrevista pude através dos estudos feitos nesse semestre pude perceber que a escola ainda está longe de ser inclusivo, o descaso com a criança com NEEs me assustou muito, a falta de suporte para os professores somente se preocupam com a acessibilidade física e não pedagógica.
Nesses três dias em que observei a turma de 1º ano pude conversar um pouco mais com a professora titular da turma e também perceber a falta de informação da qual é de competência da gestão em oferecer cursos de capacitação, formação continuada, estudos dirigidos nas quais sejam oferecidos aos professores esclarecimentos de síndromes nas quais poderão a ter alunos matriculados na escola e não saberão como proceder de forma adequada, dando um devido atendimento tanto pedagógico como didático. Durante a conversa sobre o conteúdo no qual estava estudando nesse semestre pude de uma forma simples informar à professora que o MEC disponibiliza todo o material para todos os tipos de NEEs para que assim a escola possa aí ser uma escola inclusiva.
O descaso me entristeceu muito, por saber que hoje existem crianças com varias NEEs que quase nada é feito para que haja o bom desempenho escolar de um aluno com NEEs.

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