quinta-feira, 24 de junho de 2010

Correntes teóricas e sua influência no processo educacional


A escrita foi um marco na história do ser humano passando de ser pré-histórico para ser histórico, que escreve suas experiências e criações contando a sua história. Nos primórdios da civilização a educação sempre esteve presente, influenciando diversas facetas da cultura, como: na religião, relação de poder e entre outros aspectos, na forma de aprender.
A dialética utilizada por Sócrates como forma de troca de conhecimentos, faz um paralelo entre a teoria e a prática, assim pensadores teorizam sobre a educação, mas a prática é ainda mais importante, por este motivo não deve deixar de ser reflexiva. A prática é o início de uma teoria, pois é a partir de uma construção real que teorizamos para embasá-la, dentro do conhecimento científica.
Na era Pós-Moderna a informação, juntamente com as mudanças constantes, torna o novo ultrapassado dentro de um pequeno espaço de tempo. A especulação do conhecimento científico provoca um avanço diante das possibilidades de interagir, informar, criar e recriar o conhecimento, envolvendo-se, aumentando o campo social, que antes, era somente o ambiente domiciliar, para outras formas de convivências e culturas, por este motivo, a educação passa a ser indispensável, visto que a grande diversidade comercial e o direcionamento do ser humano para questões individualistas, fazem com que se perca a capacidade de crítica reflexiva, tornando o individuo incapaz de escolher sozinho ou utilizando critérios coerentes diante dos estímulos que a sociedade impõe diariamente.
GADOTTI, (1995) fala sobre a importância da humanização do ser humano e da transformação social, que está ligada inteiramente à educação, que sem essa interação a transformação passa a ser utópica e não se dará sozinha, mas que, trabalhando com o sujeito de forma integral em sua formação, tornando-o sujeito de sua própria história, poderá ocorrer uma mudança significativa quanto às teorias educacionais.

A retrospectiva histórica das influências dos conceitos educacionais contribui para um maior entendimento sobre o processo, no qual estamos condicionados indiretamente e subjetivamente inseridos. Conforme estudos retrospectivos da inclusão, podemos constatar que a exclusão sempre foi uma prática cotidiana e aceita nas escolas e na sociedade, para com os mais empobrecidos, tornando um público desprovido de investimentos educacionais.
Destacando todo o referencial pedagógico e realizando um resgate entre os períodos e processos históricos, podemos observar que a educação voltada para as massas foi um investimento lento, já na Grécia, bem como na antiguidade clássica, os escravos e as mulheres não faziam parte dos indivíduos que eram contemplados pela educação a formação “acadêmica”, apenas tratados como uma parte que não tinha voz ativa ou eram vistos como objetos.
Na idade média a influência do clero e o ideal cristão, contribuíram para a aceitação da escravidão, além de não admitir o desenvolvimento do letramento para com os pobres (sendo direcionado para os nobres), os excluídos por sua vez, desenvolviam e aprendiam através pela tradição oral, difundindo o conhecimento dos mais antigos para as novas gerações.
No período medieval, muitas universidades foram criadas, já no período renascentista houve uma grande possibilidade de avanços tecnológicos, mas que trouxeram conseqüências, ampliando a difusão do saber entre a sociedade, desta vez, a burguesia emergente também participava do processo educacional ao lado da nobreza, mas que ainda não envergava os pobres como sujeitos de direitos a educação.
A revolução francesa vista como revolucionária e caracterizada pelo pensamento racional, direcionando e elevando os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, lutando contra o absolutismo do clero, na verdade, lutava para a educação para todos, porém os propósitos eram apenas para a burguesia, e mais uma vez não contemplava todos, e sim uma pequena parte que detinha o poder, colocando os burgueses como o principal foco de suas conquistas. O processo civilizatório extenso para todos os seres humanos, na verdade era uma forma de elevar a autonomia econômica, percebemos quando lemos o lema: “A classe dirigente: educação para governar, a classe trabalhadora: a educação para o trabalho” (GADOTTI, op. Cit, p.93).
Com o positivismo, o otimismo pedagógico de reorganizar a sociedade e retomar os costumes, assumia s ideais de ordem e progresso fizeram deste período de afirmação da educação para todos, porém, cada qual no seu lugar, evidenciando em suas teorias da educação positivista que justificava que nem todos eram feitos para pensar ou refletir, tendo que conformar-se com sua existência, não favorecendo para serem seres críticos.
Na pós-modernidade os ideais positivistas ainda herdados são decorrentes nas escolas, usando as mesmas justificativas para explicar a exclusão de alunos, ditos não “capazes”, tornando a escola elitizada, considerando o imaginário social, além de seguir os interesses econômicos do capitalismo.
A Escolanovismo, vivida nos anos 30 modifica a visão do aluno, tornando-o um sujeito valorizado e de direitos a educação. Neste processo de modificação da sociedade promoveu a democratização, movimentado principalmente por pedagogos socialistas, que passa a observar a educação com outra conotação envolvendo política e oposição a burguesia.
Paulo Freire e Ira Shor (1986) constroem um pensamento novo quanto à escola, que passa a contribuir para a elevação da cidadania, criticando o ideal da Escolanovismo que servia para a prática de dominação, tanta o positivismo quanto a Escolanovismo trabalhavam com questões como: crítica, metodologia de ensino, conteúdo para oprimir, não como formas de construção do ser como um todo, que na educação popular, é o foco da pedagogia Freiriana.
Na contemporaneidade, as práticas educacionais, bem como as teorias, tem uma metodologia construtivista, preocupadas com a humanização. A construção da educação durante os períodos históricos foi importante para a compreensão do ser humano como pessoas dotadas de direitos, seres históricos, políticos, culturais e sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário