domingo, 13 de dezembro de 2009

Igualdade étnica e a mulher


O povo negro existente no Brasil é fruto de uma jogada comercial que os colonizadores utilizavam para obter mão de obra sem ter de pagar por ela. O capitalismo é parte desta realidade brasileira, pois muitas tribos africanas foram dizimadas e seus componentes trazidos para o Brasil para trabalhar de forma escrava. Para Portugal a escravidão era vista como um meio de comercio, no qual os homens, mulheres e crianças negras eram,  a mercadoria.
O Brasil foi um dos últimos paises da América latina a extinguir a escravidão, e, quando foi dada aos negros a liberdade através da abolição da escravatura, assinada pela Princesa Isabel, não houve alteração no estado das condições da população negra do país, ficando evidente que a abolição foi apenas um golpe a favor do comércio e não uma forma real de libertação.

No Brasil sustenta um mito que as três etnias indígena, caucasiana e negra construíram o Brasil multi-étnico que é hoje, onde vivem povos oriundos de muitos lugares e uma mistura cultural. Na verdade, o mito faz parte da imagem social idealizada pela classe dominante que sustenta uma idéia de povos pacíficos que adotaram o Brasil como terra natal vivendo em harmonia com os demais, esta imagem é um fator que esconde a realidade do Brasil colônia e faz com que a historia não seja explorada hoje.
O índio, que já vivia nestas terras, foi usado e ainda hoje é um empecilho na vida das grandes corporações, vivendo em áreas invejadas pelos poderosos que exploram as riquezas naturais. O negro, por sua vez foi retirado a força de sua terra natal e espalhado por todo o território brasileiro, de maneira que famílias foram afastadas submetendo-os igualmente a escravidão e ao trabalho desumano e perdendo assim sua unidade cultural.
A escravidão contada da ótica das elites mostra o povo negro satisfeito com a condição de escravo, desmerecendo os ideais de Zumbi e as lutas que foram travadas durante todo o período, esta é uma marca da colonização e da dominação que ainda hoje vivemos dentro e fora das escolas.
O contexto em que vive a mulher negra nos tempos atuais tem sua causa e sua explicação na história da dominação masculina sobre a feminina, sendo a mulher, usada como mero objeto de enfeite ou prazer.
Encarando a situação da mulher negra dentro da sociedade brasileira, cuja a base é machista e patriarcal, nunca deixou de repetir-se a crueldade destinada as mulheres e em especial a negra que foi usada como amas de leite, objeto sexual, além de outros crimes de ordem difamante que viola os direitos humanos.
Historicamente as mulheres são as donas de casa. Se relacionarmos tal citação com as de etnia negra, percebemos que estas tem ainda menos incentivos a terminarem seus estudos e acabam ingressando no mercado de trabalho mais cedo, geralmente como empregadas domésticas sob um contrato informal. Acontece então um retorno ao passado que ainda é presente, pois os acontecimentos sociais  se repetem  e se aprofundam, desmerecendo o gênero feminino e minimizando a mulher negra que ainda é a mãe abandonada, a avó que cria sozinha seus netos e filhos.
Nas cadeias do Brasil as estatísticas mostram que a mulher negra pobre são a grande maioria dentre as detentas, reflexo de uma sociedade capitalista e exclusiva, que deixa à margem das possibilidades de ascensão.
A lei n° 9.394/96 institui em seu artigo 26 a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras em todos as instituições de educação básica
( promulgada por Luís Inácio Lula da Silva em janeiro de 2003)
N a escola os estereotipo e os conceitos  prontos fazem com que a história seja contada somente de uma perspectiva, que geralmente é a da classe dominante, com a lei que garante  o estudo da história vista de outra maneira vai ajudar na construção da identidade étnica, formando um sujeito histórico, permitindo uma abordagem crítica do contexto social atualmente.
A abordagem da cultura africana nas escolas se preocupa com a construção do brasileiro em geral, não tomando apenas como um tema comum, mas que faça parte da historia do brasileiro como um todo, pois todos no Brasil  descendem em grande maioria dos negros e índios, e nesta perspectiva o estudo faz parte de suas origens e não somente como um conteúdo a parte, mas incluído em todas as áreas como uma identidade nacional autentica, sem idealizações.

* imagem de escola para moças com professora negra.

Um comentário:

  1. Eliane, Gabriela e Patrícia,
    Bela análise com boa síntese histórica na perspectiva multicultural e de gênero.
    Observar na postagem parágrafos extensos e no texto a citação com letras minúsculas do nome do presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, corrigir.
    Bom trabalho,
    Professora Simone

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